sábado, 20 de setembro de 2008

Eram recitais


E dessa forma
Todos os ouvidos
Param pra saber
O que tem acontecido
Nas parcelas dos encontros
Quando era cálice o sentido
De sussurros a bramidos
Até chuviscos alaridos
Passeando entre os seres
Alternando o paraíso
Melhorando o sabor
De quase bom juízo
Todas as formas
Quando cantavam
Esqueciam o temido
E dessa forma
Parem pra saber
Todos os ouvidos:

As cordas vão pequenas
À meia voz, solitárias
Desconhecidas ficam
As coisas da madrugada
Os dedos rangem
Já não fincam nem nada
Nem sei mais as mesmas
Músicas desbotadas
Uma vez a altivez
Fazia força suave
Hoje pára no talvez
E precede a mancada
Uma ferida à vista
Sem dia, hora e data

Eram recitais

Diuturnos madrigais

Hoje se são tons

perderam a sua paz

3 comentários:

Anônimo disse...

Boa rima e métrica. Gostaria muito de escrever com tamanha perfeição.

Anônimo disse...

Além da rima e da métrica vejo alma neste escrito. Bjo

Duda Bastos disse...

Tenho medo dos anônimos, antônimos dos segredos, da outridade efêmera...