sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Aedo ®


Dos conselhos a seguir
Por tantas celas caminhei
Nesses reinos a basculhar
A paz, aurora ainda desacordada
Ordenado pela passagem  
Em portentos braços viajantes
Com voz estronda anunciei
Os amargos fins de uma era inteira
E vi os grãos navalhados
Separados e eu os contei
No fiado espaço do inenarrável
Eis a volta do Grande Rei
Contra os áspides, brasido canto
Aos amáveis inefáveis alentos
Dos antifonários que esqueci
Aos amores me causei,
Às procelas me venci
Dos assombros de meus ais
E tão longe me afastei
Aos caminhos madrigais
Solidão, é noite
Já não voltarei, jamais

Edaz, platina e virulosa montante
Amava-me como cavaleiro andante
Revesti-me de suntuosa glória
Marchei por entre mouros sentinelas
Morei ao fundo das cidadelas
Mas foi nela pura lídimo pousar
De olhos lumes ao meu fadar
Desmantelei à dura pena
A sina de tantos outros evitei
E só em passos deserdantes
A arca do exílio encontrei
Tanto cantei nas horas vãs
Entre planos desconhecidos
Pelas ilusões acometidas
Para nobres e esquecidos
Delas breviários corações
No mergulho de um instante
Ao elevo dessa senhora
vacante afora de mim
desde que morro por aquela
que escolheu-me para si
tornou-me seu cativo
de ancestrais imensidões
onde o coração amante
redesarma seus grilhões
pois morre porque não morre
vive sem viver em si
Travores me pertubaram
Espreitavam minha solidão
Em sóis levaram o meu espanto
As minhas rugas de imensidão
A espreita esquife, derradeiro verso
Entre tudo que quis, já pedir, não peço
Elenco apenas meu distinto fado
Percorro as grotas, muros e passos
Atando-me aos laços do que vivi
Tentando refazer o caminho

Desde que louco me perdi.