segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Os sonhos de Ela

De palavras em palavras
montou uma novidade...
era o seu dicionário
em que o sonho ocupava
metade dos significados
a outra era preenchida
por mistério, música e amor.

Depois de piscadas taciturnas
falava constantemente com os olhos
querendo postergar o diálogo
deixou as frases suspensas
escritas com perfume
que em cuidados
guardei tudo num frasco
E passei a usá-las
toda vez que ia sair.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se você não vier dizer
Que a minha vida foi
Sempre será
Um torvelinho de emoções
Na cristalina solidão

O tempo novo vai me revelar
O sentimento do valor que foi
Cada desejo
Que te penetrou

Anônimo disse...

Afinidade

Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.
A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
É o mais independente também.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Não é sentir nem sentir contra...
Nem sentir para...
Nem sentir por....
Nem sentir pelo.
Afinidade é sentir com.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades tiradas pela vida.

Jamile Marcellino disse...

Adorei seu blog Duda!
O meu é - humildemente- bem parecido..