sexta-feira, 27 de março de 2009

Ela si para na vida

Ela não é pra casar
Menos até pra namorar
Ela é devota das ruas
Das alegrias e impulsos
Dos aromas das praças
Das cadeiras de graça
Do convite a sentar
Gosta de estar perdida
Encontrando beijos, vozes poetas
Aquele amar

Ela não é pra casar
Menos até pra namorar
Ela é um pulso dos mundos
Onde abraçou as lágrimas
Os sorrisos gentis
Dores sinceras e alegrias infantis
Ela é daquelas que acordam
Quando é pra dormir
E dormem quando é dia de cão
Esse é o seu coração

Ela não é pra casar
Menos até pra namorar
Diz afeição com as cenas
Passa a existir no exílio
Na completa felicidade
Com pessoas repartidas
Nas varandas de sua vida
Com o quarto em extensão
Depois da boca afinada
Na saliva do violão

Ela não é pra casar
Menos até pra namorar
Ela é pra não se saber
Pra respirar a fuga
De uma cidade pra outra
Para se cair do céu
Deslizar pelos cafés
Respirar o açúcar
Vender a alma a Deus
E não passar recibo

Ela não é pra casar
Menos até pra namorar
Ela se acende nas praias
Nos livros dos mortos
Nas vidas enfeitadas
Dos sem vergonha
Em fadas risonhas
Do suor maravilha
E está grávida
De alguém do futuro

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