terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A paixão e a luz

Devora-me a luz em feixe
que atravessa profunda o meu peito.
E julga-me com fino trato,
no carinho empunhado
a lâmina afiada a retesar
o músculo percussivo,
dentro do meu peito.
Chamarei de holofote suave,
transeunte vigoroso de uma estrela
que nem o sol refuga alargando,
dilacerando as vísceras espirituais
do torpor das almas.
Sem cegar-me no queimor,
atravessa-me radiante,
atingindo e circulando,
fosforescendo o meu sangue,
recriando o meu nome:
o eu iluminado.

2 comentários:

Anônimo disse...

O eu iluminado dos seres dura por toda uma vida. Entre passagens eternas ou findas somos todos cegos nesse queimor. Aprendizes transeuntes do amor.
Encontramos sóis, luas, uma constelação... Todos personagens dessa nossa paregrinação, mas
certamente ao final, como diria
nosso querido Drummond:
"as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão".

Caloan Walker disse...

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Admito que não sou fã de poemas, poesias e afins, prefiro textos mais... "estruturados", talvez. Mas gosto da sua escolha de palavras, li algumas coisas deste blog e gosto da sutileza.

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