sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vasculhos

Quem me parte a solidão
Da sobras, essa metade
Não conta um só gesto
De consolação
Em bares de problemas
É só rir sem estar lá
Sem revirar os meus escombros
Que deixei ao caminhar
Pois caminhando se faz um fundo
De quem cavou a procurar
Em meio a vasculhos de sonhos
Algo que para traz ficou
Não sorrir, já se não mais
Em saber-nos pobres trôpegos
Que somos todos desiguais

E sozinhos nesse universo
Quem faz parte de nós
Vale tudo pelo fim?
E quanto tudo, e quanto a mim
Vou encantando tudo ao inverso
Despistando a tristeza
Mesmo sabendo o prato
Que se põe à minha mesa
E se a beleza enche os olhos
E afina o paladar
Mesmo que após não se encontre
O querido e o meu lugar
São amontoados de pessoas
De lugares e horas vãs
Preenchido por tristes músicas
E ensolaradas manhãs

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